Boneca Momo: Criança teria cometido suicídio em Pernambuco supostamente para cumprir desafio da internet
A Polícia Civil de Pernambuco investiga se a morte por enforcamento de um menino de 9 anos, no Recife, no dia 16 desse mês, está ligada a um desafio que circula pelo WhatsApp, da “Boneca Momo”. De acordo com o chefe de comunicação da Polícia Federal em Pernambuco, Giovani Santoro, não existe um padrão de desafios. A corrente cibernética usa a imagem de uma mulher magra com olhos esbugalhados, inspirada numa escultura japonesa, conhecida como “Boneca Momo”.
O QUE É A “BONECA MOMO”
A lenda japonesa conta que uma mulher morreu no parto, mas seu filho sobreviveu. A mulher reencarnou na forma de “mulher pássaro” e passou a aterrorizar o filho durante toda a sua vida.
Pela curiosidade as crianças e adolescentes atrelam o número do WhatsApp à conta do Facebook e criminosos, utilizando a imagem do perfil do personagem virtual, colhem informações pessoais e passam a fazer os desafios.
DESAFIOS DA BONECA MOMO
Santoro conta que o mecanismo é semelhante ao jogo da Baleia Azul, que provocou pânico no mundo inteiro. O Baleia Azul tinha cinquenta desafios. A estratégia da Boneca Momo é a mesma, mas os desafios não são previamente definidos, pode ser qualquer coisa.
Um desses desafios é a resistência ao sufocamento para saber quanto tempo a criança suporta sem respirar, o que pode levar à morte por enforcamento ou outro tipo de asfixia.
ALERTA AOS PAIS
O caso do recifense, ainda sem data para conclusão das investigações, fez com que escolas de diferentes regiões do Brasil disparassem alertas aos pais de crianças e adolescentes.
Os comunicados encaminhados aos pais de crianças e adolescentes, de maneira geral, apresentam a “Boneca Momo” como uma isca plantada por criminosos para roubar dados pessoais e propor desafios que podem levar à morte. “Orientamos os pais que fiquem atentos e conversem com seus filhos para evitarem maiores problemas”, diz comunicado dos Colégios Maristas.
EVITAR SUICÍDIO
Segundo especialistas, para evitar casos de suicídio, familiares, amigos e professores devem ficar atentos a sinais de alerta em crianças e adolescentes, como falar sobre querer morrer, procurar formas de se matar, ampliar o uso de álcool e drogas e agir de modo ansioso, agitado ou irresponsável.
Diante de situações como essas, o recomendável é não deixar a pessoa sozinha, ligar para canais de ajuda e levar a pessoa para uma assistência especializada.
ENTENDA O QUE OCORREU EM PERNAMBUCO:
– O menino de nove anos jantava com o pai na sala de casa. A mãe do menino, uma professora da rede municipal do Recife, estava com a filha pequena no quarto.
– O pai saiu da mesa e, alguns minutos depois, a família encontrou o garoto enforcado no quintal com um fio que havia muitos anos servia para segurar uma parreira.
– A criança ainda foi levada com vida a uma unidade de saúde, mas não resistiu.
– A delegada responsável pela investigação que o celular e o tablet utilizados pelo menino ainda estão sendo periciados pelo Instituto de Criminalística.
– Ela declarou que uma das linhas de investigação são desafios propostos por meio da internet. A policial ressaltou, no entanto, que pode ter ocorrido um acidente no quintal.
– A delegada salientou não ter nenhuma prova de que o menino morreu porque estaria participando de um desafio.
– A delegada explicou que o menino era uma criança extremamente saudável.
– A advogada da família, Yeda Barbosa, presidente da Comissão Contra Crimes Cibernéticos em Pernambuco, acredita que a morte pode ter ligação com desafios na internet.
– Ela, que falou em nome da mãe da criança, conta que, na semana em que apareceu enforcado, o menino estava bastante ansioso. “Era um menino que usava muito o celular, bem mais do que o comum.”
– Yeda relata que a mãe chegou a retirar o aparelho do filho após desconfiar que o garoto passava a noite no celular.
DICAS DE SEGURANÇA DA POLÍCIA FEDERAL PARA OS PAIS:
1 – Estreitar o vínculo de amizade e cumplicidade com seus filhos e sempre perguntar sobre as atividades desenvolvidas no dia.
2- Ter conhecimento básico de internet e computação, principalmente sobre redes sociais, para instruir os filhos.
3 – Supervisionar o acesso dos filhos à internet de forma discreta e não ostensiva. Melhor caminho é sempre o diálogo e orientação.
4 – Alertar e conscientizar os filhos sobre os perigos que existem na internet.
5 – Importante a conscientização para não compartilharem de maneira exagerada informações pessoais.
6 – Ter o consentimento da criança e do adolescente para acessar o perfil nas redes sociais.
7 – Deixar, se possível, o computador num cômodo público e visível da casa para que, em qualquer momento, possa ser visualizado o que os filhos estão acessando.
8 – Não permitir que os filhos fiquem muitas horas conectados à internet
DICAS DE SEGURANÇA PARA OS FILHOS:
1 – Nunca incluir nas redes sociais informações pessoais de maneira exagerada
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