Na Cadeia Pública de Alto Paraná, Dez Presos Conseguem a “Fuga Anunciada”

Dez presos conseguem a “fuga anunciada”

Dez presos fugiram da Cadeia Pública de Alto Paraná ontem de madrugada. O que se diferencia é que foi uma fuga anunciada, cujo “teste” aconteceu na noite de sábado. 
A tentativa do final de semana foi frustrada porque um investigador percebeu a movimentação, mas desta vez não teve jeito e os detentos levaram a melhor. Até a tarde de ontem nenhum fujão havia sido recapturado.
A cadeia está interditada judicialmente há três anos, como informou o delegado Renato Lacroix Leal na edição do Diário do Noroeste de ontem, quando falou sobre a tentativa e mostrou preocupação com os desdobramentos. 
Também a unidade está superlotada, agora um pouco menos (depois da fuga). Anteontem abrigava 64 presos, sendo que o local foi projetado para oito pessoas. O forte calor dos últimos dias ajuda a criar um ambiente de tensão, como admitem os policiais. 
Outro fator que chama a atenção nesta fuga de Alto Paraná é que os presos “aproveitaram” os danos na parede iniciados sábado, quando uma coluna foi quebrada. Embora o estrago tenha sido consertado, os foragidos danificaram o mesmo local e dessa vez atingiram o solário, fugindo em cordas improvisadas com lençóis, conhecidas na gíria policial como “Tereza”.

Um policial confirmou ontem ao Diário do Noroeste que dentre os dez presos há reincidentes em fuga, inclusive na mais recente, em 12 de janeiro deste ano. Portanto, é a segunda fuga em pouco mais de dois meses. 
A atual estrutura conta apenas com um agente, que trabalha de segunda a sexta-feira. Nos demais dias e durante a noite o trabalho de vigilância e atendimento é feito por um policial civil, no caso o investigador de plantão. 


REGIÃO - Recentemente a Cadeia Pública de Terra Rica viveu situação semelhante, com duas fugas em menos de 15 dias durante o mês de fevereiro (dias 04 e 18). Na primeira fuga 15 detentos saíram da cadeia e na segunda mais oito presos. Apenas parte foi recapturada. 
Sem contar que nesta cadeia houve uma longa série de tentativas, culminando na desativação da unidade e transferência dos detentos, ainda em fevereiro. A cadeia também tinha ordem de interdição, emitida pelo Poder Judiciário. 
O ambiente de tensão é citado também na Cadeia de Paranavaí pelos mesmos motivos (superlotação, agravada pelo calor intenso). A cadeia tem 96 vagas (número de camas), mas abriga nos últimos meses uma média de 300 detentos. 
Chegou a abrigar 315 presos no começo da semana passada, o que levou a reivindicações de autoridades municipais por uma solução junto à Secretaria de Segurança Pública do Paraná. 
Uma das soluções é a transferência, uma vez que, a exemplo de Alto Paraná, a maioria dos detentos já está condenada e deveria cumprir suas penas em unidades penitenciárias.
A última fuga nessa unidade aconteceu dia 29 de novembro do ano passado, quando cinco detentos conseguiram sair, aproveitando que, por um erro de operação, uma porta de ala ficou sem travar. 

Neste ano houve tentativas, frustradas pelas equipes de agentes.

Nenhum dos dez presos que fugiram da Cadeia Pública de Alto Paraná, havia sido recapturado até a tarde de ontem. A confirmação é da Polícia Civil, que continua as buscas na tentativa de prender o grupo que conseguiu ganhar a liberdade na madrugada de anteontem.
Fonte: DiariodoNoroeste
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